A cidade de Araçuai, no Vale do Jequitinhonha (MG), está em luto pela perda de Evelyn Ribeiro Alves dos Santos, de 12 anos, que faleceu na última terça-feira (18). Evelyn, que enfrentava paralisia cerebral desde que teve meningite com pouco mais de um mês de vida, era a razão de viver de seus pais, Jefersson Santos Alves e Amanda Ribeiro dos Santos, residentes no bairro Arraial. 1z6s4g
Em meio à dor da perda, os pais acusam o médico que atendeu a criança no Hospital São Vicente de Paulo, em Araçuai, de negligência médica. Eles afirmam que buscarão justiça até o fim, incluindo uma denúncia ao Conselho Regional de Medicina de Minas Gerais.
Segundo relatos da mãe, Amanda, na segunda-feira (17), Evelyn apresentou febre acima de 40 graus. Preocupada, Amanda a levou imediatamente ao hospital, mesmo possuindo plano de saúde. Apesar disso, a criança demorou a ser atendida. O médico de plantão medicou Evelyn e a liberou, mas ela não resistiu e faleceu em casa. O sepultamento ocorreu na tarde de terça-feira (18) no cemitério municipal de Araçuai.
“Estamos arrasados e indignados com tamanho pouco caso que fizeram com nossa filha. Vamos buscar todos os recursos necessários para que este caso não fique impune”, desabafou Amanda, que está separada do pai biológico de Evelyn desde 2013, mas conta com o apoio do seu atual companheiro, que também considerava a menina como filha.
Amanda relatou que chegou ao hospital por volta das 18h de segunda-feira (17). “Minha filha estava com quase 39 graus de febre… ele (o médico) demorou a atender ela, mesmo sendo no Plano de Saúde. Foi atender por volta de 20 horas. Relatei para ele que tinha uns dias que ela estava tendo febre, mas que medicamos e abaixou. Porém, a febre retornou”, lembrou a mãe.
Ainda segundo Amanda, o médico teria orientado a levar Evelyn ao “postinho”, após auscultar seus pulmões e prescrever dipirona e um antibiótico, sem solicitar exames na hora. Ele teria pedido que os exames fossem feitos no dia seguinte e levados ao posto de saúde para avaliação.
“Voltei pra casa com ela. Quando cheguei em casa ela estava com febre ainda mais alta. Dei o antibiótico e a dipirona como ele receitou. Porém, a temperatura dela não abaixava de jeito nenhum. Ela estava muito fria e suando muito e a temperatura chegou a 40.9 graus. Fiquei muito assustada. Eu dei a ela os remédios que ele receitou por volta de 21 horas, mas infelizmente não adiantou e a febre não abaixava”, contou a mãe.
Diante do agravamento do quadro, Amanda decidiu retornar com Evelyn ao hospital por volta das 2h30 da manhã de terça-feira. Ela relatou que a saturação da filha estava oscilando muito. Na portaria, foi informada que o médico estava dormindo. Ao ser chamado, o médico teria apenas tocado em Evelyn para verificar se estava quente, mesmo com Amanda relatando que o corpo da menina estava gelado, mas a temperatura alta.
O médico, sem realizar um novo exame, teria prescrito dipirona na veia e paracetamol, pedindo para esperar de 30 a 40 minutos. Após esse tempo, ele não teria retornado para avaliar a criança, e uma técnica de enfermagem informou que ele a liberou para ir para casa.
Já em casa, por volta das 9h20 da manhã de terça-feira (18), o quadro de Evelyn se agravou novamente, e ela retornou ao hospital com pulsação fraca, vindo a falecer.
Os pais registraram um Boletim de Ocorrência, e o caso será investigado. No atestado de óbito, constam causas naturais.
O diretor-presidente do Hospital São Vicente de Paulo, Marcos Antonio Costa Miranda, informou que já solicitou toda a documentação necessária para investigar o ocorrido. O delegado de Araçuai, Paulo Sobrinho, ouviu a mãe da criança na tarde desta quarta-feira (19).
A comunidade de Araçuai se solidariza com a família neste momento de dor e espera por uma investigação completa para esclarecer os fatos e garantir que a justiça seja feita.
Fonte: Sergio Vasconcelos/Gazeta de Araçuaí
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